Risco de animais contraírem Covid-19, ou contaminar seus próprios donos, praticamente não existe
A pandemia de Covid-19 gerou inúmeras dúvidas de que os pets pudessem ser vetores
de transmissão da doença. Segundo o médico veterinário Paulo Abilio Varella Lisboa,
pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, o
risco de animais contraírem a doença ou contaminar seus donos, praticamente não
existe. Há pouca ou nenhuma evidência de que os animais domésticos sejam
facilmente infectados com SARS-CoV-2. E, considerando que a população mundial de
cães e gatos está em torno de 2 bilhões, o número de animais infectados representa
menos de 0,001% do total e, por isso, não representa nenhum risco potencial de
transmissão para outros animais ou pessoas.
O pesquisador explica também que os poucos animais infectados, parecem ter
adquirido a infecção dos seus donos, pelo contato direto. Além disso, é pouco provável
e não existem estudos que mostrem a permanência do vírus nas patas e nos pelos dos
pets. De qualquer forma, é recomendável a higienização das patas e do focinho com
uma combinação de água e sabão neutro em pano umedecido. Mas essa higienização
deveria ser feita habitualmente em todos os animais que vão à rua,
independentemente da epidemia. MAS ATENÇÃO: álcool ou álcool gel NÃO!
Em qualquer composição o álcool pode ser abrasivo para as patinhas ocasionando
lesões alérgicas ou tópicas.
Especificamente para os donos de gatos, a notícia é ainda melhor. Um estudo
realizado na Espanha observou que tutores de gatos tinham sinais menores em relação
à doença ou não apresentavam sintomas. A informação da médica da Espanha é
observacional e sem base científica. Por isso, devemos considerar essa hipótese com
cautela, avalia o pesquisador.
Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-pesquisador-esclarece-quais-
cuidados-devem-ser-tomados-com-os-animais-domesticos